Com a acessibilidade fácil que nós temos de estarmos conectados através da internet, nos possibilita que estes assuntos antes restritos, hoje se tornem acessíveis a qualquer um que tem um celular e redes sociais.

Já me questionei várias vezes, se estou perdendo meu tempo falando de coisas tão óbvias. Mas aí me vem a segunda pergunta: óbvia pra quem? Pra mim que tive e tenho acesso a essas discussões?

Sabemos que conhecimento sobre raça é algo que não é acessível, nas escolas por exemplo não discutimos sobre racismo. Insisto em afirmar que quanto mais você sobe seu nível intelectual mais você percebe o racismo, desta forma, ter acesso a biografias importantes, discussões que nem sempre são pautas politicas principais é um privilégio e por que não dividir o pouco de conhecimento que venho somando neste pouco tempo de trajetória voltada para a militância com quem ainda não teve acesso?

Percebam que usei o termo militância. Sim, eu considero o que eu faço uma forma de militância. 

O que é militância? 

Do dicionário: Transformação da realidade por meio da ação prática, doutrina ou argumentação que prioriza a prática efetiva de transformação da realidade em oposição. A efetivação dessa doutrina ou dessa argumentação, através da defesa de uma causa ou da transformação da sociedade.

Pois bem, acredito na escrita como revolução e acredito também que as redes sociais dão visibilidade, mobilizam, reúnem pessoas em torno de uma causa e ainda fortalece movimentos sociais já que a mídia tradicional tende a omitir muitas coisas, claro que por interesse de enfraquecer vozes que gritam e lutam por mais igualdade, equidade e respeito. 

Dentro dos movimentos sociais, esse tipo de ativismo é criticado por parecer pequeno, desnecessário ou comodo demais enquanto existem outros militantes que são mais ativos, que estão na linha de frente desta guerra por dias melhores. 

De fato, aqueles que estão na linha de frente fazem muito mais do que quem escreve, que usa o Facebook, blog, canal no Youtube para disseminar informações, mas invalidar esta forma de militância não acho correto.

A internet é o meio mais democrático para para discursos, que são essenciais para qualquer transformação social.

Acredito que toda forma de descolonização, conscientização, reflexão é importantíssima e esse é meu trabalho hoje. Claro que podemos fazer muito mais, podemos ser ativos e ativistas de sofá sim, uma coisa não inviabiliza a outra.
A grande comprovação de que estou fazendo o que eu acredito ser importante, é o grande número de acessos ao blog, pessoas do meu convívio dizer que estão aprendendo muito comigo e ainda pessoas que não conheço deixarem seus comentários concordando ou discordando dos textos que publico.

Vivemos em tempos que é necessário quase que obrigatório rs, se manifestar politicamente se o seu desejo é de um país mais justo e igualitário. E posso fazer isso com muita pesquisa literária, uma xícara de café e um celular.