O termo intolerância religiosa deixou de ser algo que defina o que acontece com as perseguições cotidianas que religiões de matrizes Africanas sofrem. Este ódio é direcionado, não há no Brasil uma perseguição generalizada a outras religiões se não a Umbanda e Candomblé, nenhum outro segmento religioso sofre tanto ataque quanto estas religiões. 

Nenhum outro seguimento religioso tem que r-e-s-i-s-t-i-r.

Hoje fala-se muito de Racismo Religioso e é o que vemos acontecer e não é de agora...É fácil entender essa perseguição com religiões de matrizes africanas, quando sabemos que o racismo neste país foi construído pela colonização política e econômica com a participação da Igreja Católica. Desde o descobrimento do Brasil, a base religiosa sempre foi a fé cristã (base europeia, ocidental e colonizadora). Com a diáspora Africana forçada que cruzou os mares e chegou até aqui trazendo centenas de milhares de negros para ocupar lugares de escravidão, foram-lhes roubados o direito de construir família, vivenciar suas culturas e proibidos de resgatar suas raízes, eliminando assim seus valores religiosos.

A contribuição da Igreja Católica na criação de uma ideologia racista vem da formação de uma teoria eugênica, relacionando tudo que vinha da África como algo desumano, inferior, incorreto e feio. Contribuíram também com muito sangue derramado quando apoiavam lutas armadas contra os escravizados negros, quando se calavam diante da destruição de Quilombos (locais de resistência e luta de negros contra a escravidão), quando assinavam autorizações para explorar, matar e escravizar homens e mulheres.